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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Graffiti: 2.000 anos de repressão


"Poderia também ter tido um feliz desenlace. Fosse como fosse, Quintus era o filho de um escravo e dava aulas aos dois filhos do senador. Isso constituía uma grande honra, apesar de raramente ambos terem vontade de ter aulas. Quintus não foi ensinado pelo seu pai - pelo menos oficialmente. Mas aquilo que aprendeu de maneira extra-oficial bastou-lhe para saber ler e escrever. Claro que ninguém devia saber que Quintus praticava com o estilete. No entanto, como jovem escravo ia muitas vezes à cidade e aí praticava nas paredes, sobre as quais já se tinha escrito bastante.

Desde as revoltas de escravos, a polícia vigiava por toda a parte. Por isso nunca escreveu o seu verdadeiro nome. «Quis», ou simplesmente «Q»; era isto que se podia ler por toda a cidade. A sua letra tinha adquirido um aspeto cada vez mais oficial e Roma interrogava-se «quem» era esse «alguém». Quando o apanharam, não só tinha um estilete, mas também tinha um cinzel debaixo da toga. Depois disso nunca mais se voltou a saber nada dele."

in STAHL, Johannes, Street Art, [Potsdam] : H.F. Ullmann, 2009.

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